Os testes de genética têm vindo a desempenhar um papel cada vez mais importante no diagnóstico e na gestão clínica da doença e do doente. O centro de controlo de doenças e de prevenção (CDC), nas suas recomendações de 2009 sobre boas práticas de testes genéticos, identificou que a maioria dos erros ocorrem na fase pré e pós-analítica e não no decurso da própria análise. Muitos desses erros pré-analíticos decorrem da seleção inapropriada do próprio teste. A consulta de genética desempenha uma ação cada vez mais determinante na seleção e interpretação do estudo genético e na gestão médica da patologia genética:

·       Faz a revisão da história médica familiar

·       Explica o papel da genética em doenças hereditárias e/ou em malformações congénitas

·       Avalia o risco de recorrência da mutação genética.

·       Faz a recomendação do teste genético personalizado.

·       Diagnostica e elabora as recomendações de prevenção.

Rastreio Pré-Natal

Um rastreio é um processo de deteção de presumível doença na população com marcadores específicos com valor de referência definidos que permitem avaliar esse risco. Durante a gravidez faz-se o rastreio não invasivo de alterações genéticas com base em marcadores bioquímicos associados à gravidez e com marcadores ecográficos do feto. Este teste permite estimar o risco fetal de trissomia 21 e 18 com uma sensibilidade de 86-90% de sensibilidade no 1º trimestre e 68% para o 2º trimestre. Este teste é habitualmente aplicado à generalidade da população obstétrica e não acarreta risco para a integridade do feto. Apresenta taxas de falsos positivos e falsos negativos mais elevadas que o teste de genética por ADN livre, motivo pelo qual são muitas vezes complementados pelo mesmo.

 

Rastreio combinado do 1º trimestre

Inclui marcadores ecográficos como a medida da espessura da prega da nuca ou translucência da nuca (TN) obtida entre 11 a 13+6 semanas de gestação, associada à idade materna, e aos valores de marcadores bioquímicos com a PAPP-A e a Gonadotrofina Coriónica Humana total ou β-livre. O cálculo conjunto destes marcadores permitem estimar o risco fetal para trissomias 21, 18 e 13, expresso numa probabilidade.

 

Rastreio combinado do 2º trimestre

Tradicionalmente, às 16-20 semanas, é colhido sangue periférico à grávida para determinar a concentração sérica materna da alfa-fetoproteína (MSAFP), do estriol não conjugado, e da gonadotrofina coriónica. O cálculo conjugado dos valores obtidos permitem estimar o risco para as referidas trissomias. 

 

G-Life

O teste de ADN livre é um rastreio de alterações cromossómicas do feto feito no sangue da mãe. Por ser não invasivo não tem risco de aborto, o que o torna seguro. É muito sensível, com uma precisão próxima de 100% para a trissomia 21, superior a 99% para as trissomias 13 e 18 e superior a 98% para a determinação dos cromossomos sexuais X e Y.

A colheita de sangue periférico da mãe é feita a partir da 10ª semana datada pela ecografia, e a partir da 12ª semana na gravidez gemelar. O nosso teste tem certificado CE-IVD e é adequado a grávidas que tenham recorrido a reprodução assistida, incluído FIV com doação de óvulos

O teste de ADN livre G-Life permite estimar o risco fetal de síndromes genéticos como a trissomia 21 (síndrome de Down), 18 (síndrome de Edwards), e 13 (síndrome de Patau), e identifica o sexo fetal.

O G-Life Plus acrescenta a deteção de alterações nos cromossomas sexuais e de síndromes como Turner, Klinefelter, triplo XXX e XYY.

G-Life Excellence faz, ainda, o rastreio de microdeleções associadas a alterações sindrómicas graves. Síndromes por microdeleção 1p36, 2q33.1, 16p12-p11, e síndromes como Cri-du-Chat, DiGeorge, Glass Syndrome, Van Der Woude, e Jacobsen.

Ao conjunto de cromossomas que caracteriza uma espécie biológica designa-se cariótipo, no qual se identifica o número de cromossomas e se dá a indicação dos cromossomas sexuais (XX-feminino; XY-masculino).

O diagnóstico por cariótipo é uma técnica de citogenética convencional que permite detetar alterações genéticas associadas ao número de pares de cromossomas como trissomias e monossomias, outras alterações com perda ou ganho de material genético do tipo deleção/duplicação, inversões e translocações entre outras.

O estudo genético por cariótipo foi durante 35 anos o Gold Standard para o diagnóstico de alterações cromossómicas associadas a Síndromes Genéticos. No entanto, há muitas alterações genéticas que não são visíveis no estudo do cariótipo e que o tornam um teste pouco fiável. Atualmente a citogenética convencional já não faz parte da 1ª abordagem do estudo genético para perturbações de desenvolvimento, malformações congénitas, ou para o diagnóstico pré-natal quando há suspeita ecográfica de malformações do feto. Contudo, continua a ser um teste auxiliar de diagnóstico importante e disponível.

 

aCGH

Os arrays-CGH (Hibradação Genómica Comparada) é uma técnica de diagnóstico genómico que permitem uma análise genética detalhada e abrangente do genoma.

Esta tecnologia representa um aumento considerável de resolução analítica, comparativamente à citogenética convencional (cariótipo):

– Identifica alterações submicroscópicas que são invisíveis com o cariótipo

– É teste de 1ª linha para diversas patologias de origem genética incluindo Diagnóstico Pré-Natal, Constitucional e Oncológico.

Os nossos aCGH apresentam níveis de resolução diferenciados em função do nível de exigência do estudo genético pretendido, podendo a análise pedida aumentar entre 10x a 50x o poder de resolução quando comparado com o cariótipo.

O aCGH consiste numa microplataforma com milhões de sondas moleculares particularmente ordenadas. Estas sondas são sequências de ADN que correspondem a regiões com relevância clínica. A análise é determinada pela marcação de duas amostras, a do doente e do controlo (sem alterações), com a consequente hibridação de ambas ao array. A hibridação permite a deteção simultânea de ganhos e perdas de material genético por todos o genoma: deleções, duplicações, e trissomias.

Os testes por aCGH podem ser analisados a partir de diferentes amostras: sangue periférico, medula óssea, saliva, líquido amniótico, vilosidades coriónicas, produtos de conceção que falharam a progressão da gestação, tecidos de biópsia em FFPE.

A tecnologia NGS, Next Generation Sequencing ou Sequenciação de Nova Geração, representa a mais recente tecnologia de sequenciação que veio mudar o atual cenário da genómica clínica. Este avanço permite não só a sequenciação de alto débito (milhares de genes em simultâneo) a custo muito inferior que o anterior Gold Standard (Sanger), como também tornou a obtenção de resultados mais rápida.

 

O Exoma representa o conjunto de exões, que por sua vez contém a informação que codifica e que permite a produção de elementos fundamentais para que organismos vivos se desenvolvam. É nos exões que se localizam as alterações de ADN responsáveis por 85% das doenças genéticas. A identificação dos genes causais permite:

– Dirigir diagnóstico e terapêutica

– Estabelecer Prognóstico

– Prestar aconselhamento genético ao doente e à família

– Compreender a doença e gerir melhor a clínica do doente

 

Damos resposta através de três abordagens por NGS:

  • G- Exome Panels – Sequenciação de painéis de genes associados a especialidades médicas. Indicado para Síndromes com uma apresentação clínica característica e elevada heterogeneidade genética. O Exome panels permite adequar para cada doente um meio de diagnóstico personalizado.

 

  • G- Clinical Exome – Sequenciação de 19,000 genes que inclui mais de 5700 genes OMIM, associados a patologia clínica. Indicado para Síndromes difíceis de orientar clinicamente e caracterizados por elevada heterogeneidade genética, elevada heterogeneidade fenotípica ou com fenótipo incompleto, ou após estudo prévio inconclusivo. O Clinical Exome analisa todos os genes associados a doenças Mendelianas. Esta abordagem tem, ainda, a vantagem de minimizar a identificação de achados incidentais ou a identificação de variantes de genes sem um fenótipo clínico associado.

 

  • G-Family – Extensão da sequenciação do exoma aos progenitores por forma a que o padrão de hereditariedade permita selecionar as variantes responsáveis pela apresentação clínica do doente. O G-Family está indicado para:

o   Síndromes de elevada heterogeneidade genética e fenotípica

o   Diagnóstico diferencial de Síndromes que partilham manifestações clínicas ou de Doenças Raras

o   Perturbações do Espectro do Autismo (PEA) ou Perturbações do Neurodesenvolvimento com diagnóstico inconclusivo por array CGH

o   Para casos em que o diagnóstico por Exome Panels ou Clinical Exome seja inconclusivo

Esta abordagem permite:

o   Detetar novos genes não incluídos no diagnóstico diferencial

o   Taxa de diagnóstico de sucesso acima de 40%

o   Identificar padrões de heritabilidade dos variantes

o   Tornar o processo de diagnóstico mais rápido e evitar exames diagnóstico complementares desnecessários.

O nosso serviço de sequenciação por NGS é prestado numa plataforma ION TORRENT e outorgado por uma certificação da Life Technologies Corporation, para a sequenciação de Exomas.

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