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Diagnóstico Pré-Natal em biópsia de vilosidades coriónicas (10-13 semanas) e no líquido amniótico (a partir das 15 semanas)

O Colégio Americano de Obstetras e Ginecologistas e a Sociedade de Medicina Materno Fetal oferecem as seguintes recomendações para o uso de Análise de microarray cromossómico no Diagnóstico Pré-Natal:

  • Deve ser recomendado a pacientes com fetos com uma ou mais alterações estruturais identificadas no exame ecográfico, e/ou que têm indicação clínica para Diagnóstico Pré-natal Invasivo. Este teste substitui a necessidade de cariótipo fetal.
  • Pode ser recomendado a pacientes que têm indicação formal para Diagnóstico Pré-Natal Invasivo, ainda que o feto não tenha alterações ecográficas.
  • Pode ser recomendado às gestantes, uma vez que a maioria das mutações genéticas não estão exclusivamente associadas à idade materna; assim a análise por microarray cromossómico não deve ser restrito a grávidas com/ou mais de 35 anos.
  • Nos casos de interrupção espontânea da gravidez, com indicação formal para estudo genético por citogenética, é desejável que se leve a cabo a análise por microarray cromossómico nos tecidos fetais (líquido amniótico, placenta, produtos da conceção). Esta recomendação fundamenta-se na elevada probabilidade da causa ser genética e melhor caracterizada por esta tecnologia.
  • A consulta de aconselhamento genético pré-teste e pós-teste por um geneticista clínico é essencial, no sentido de explicar os benefícios, limitações e resultados da análise por microarray cromossómico. Esta análise não deve ser prescrita sem consentimento informado, o qual deve ser documentado no registo clínico do doente, e deve incluir a discussão sobre todos os potenciais achados genéticos, nomeadamente alterações sem significado clínico, não paternidade, consanguinidade, ou doenças hereditárias.

 

Buletim nr 581, Dezembro 2013, reiterado em 2015

 

Indicações clínicas:

  • Alterações morfológicas detetadas ecograficamente.
  • Rastreio Pré-Natal Não Invasivo positivo para aneuploidias ou outras alterações cromossómicas.
  • Cariótipos com alterações genéticas que necessitem de ser melhor caracterizados.
  • Suspeita de alterações genómicas numa região específica só passível de ser avaliada por microarray cromossómico.
  • Investigação por microarray cromossómico de translocações equilibradas detetadas no cariótipo.
  • História familiar de anomalias cromossómicas.
  • Pacientes que têm indicação formal para Teste Pré-Natal Invasivo (em substituição ou em adição de cariótipo).

 

Descrição do teste:

O teste é realizado a partir de DNA fetal colhido de líquido amniótico e/ou cultura de células de vilosidades coriónicas (CVS). É feita a extração do DNA, a amplificação, purificação, marcação e hibridação nos microarrays cromossomais. O resultado da hibridação é digitalizado e a imagem adquirida é processada bioinformaticamente por forma a fazer a sua interpretação.

O microarray cromossómico utilizado no diagnóstico Pré-natal consiste numa micro plataforma que contem 220,000 sondas de SNP (Single Nucleotide Polymorphism) que detectam alterações sub-microscópicas (CNV, Copy Number Variants) e ausência de heterozigotia (LCSH).

 

Relevância Clínica:

  • Os fenótipos dismórficos (alterações fisionómicas e morfológicas) estão associados a alterações cromossómicas detetadas por análise de microarray.
  • A análise por microarray consegue detetar variações cromossómicas que não estão ao alcance da citogenética convencional (cariótipo): alterações sub-microscópicas, triploidia, e ausência de heterozigotia (que deteta Dissomia Uniparental e risco aumentado de condições recessivas).
  • A identificação da causa genética (da alteração e do local da alteração) pode ser útil na gestão e no planeamento da assistência médica.

 

Genética:

  • A análise por microarray cromossómico cobre todo o genoma, incluindo regiões sub-teloméricas e pericentroméricas
  • A análise por microarray cromossómico detecta >50 síndromes por microdeleção/microduplicação, e deteta perda de heterozigotia por todo o genoma.
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